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quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Cativa

Eu sou uma pessoa naturalmente rebelde...sempre fui.
Quando era mais nova, esta rebeldia assentava-me como uma luva.
Não tinha compromissos, não tinha filhos, vivia ao sabor da minha vontade.
Acordava e decidia o que fazer nesse dia, assim sem mais nem menos pegava num saco com algumas roupas e ia por ai, onde o meu carro me levava.
Apenas os estudos colocavam alguma calma nesta minha necessidade de correr o mundo.
Desde muito cedo esta minha necessidade de sair e mudar de ares fez parte da minha vida. Em menina tinha sempre uma malinha preparada para aos fins-de-semana ir para casa dos tios, dos avós, dos primos, dos amigos.
Os meus pais nunca me controlaram muito neste aspecto...acho que entendiam esta minha necessidade...certo que também conheciam e confiavam mas pessoas para onde eu ia.
Quando cresci, durante 3 anos vivi sozinha e a meu belo prazer e foi um tempo muito bom.
Por estranho que possa parecer, foram 3 anos muito enriquecedores onde aprendi muito.
Viajei com orçamentos reduzidos. Em alguns locais onde estive inclusive fiz part-time para ter dinheiro para poder continuar a viajar. Conheci muitas pessoas, fiz alguns amigos que ainda hoje tenho contacto.
Depois voltei e comecei uma vida mais “normalzinha”, comecei a trabalhar, mais tarde apaixonei-me, casei e uns anos depois surgiu um filho.
Claro que não deixei de viajar. Sempre que surge oportunidade e dinheiro para tal ai vou eu...no entanto já não é igual.
Já não é a Carlota livre e despreocupada que vai, a Carlota livre, sem o coração cativo já é passado à muito tempo.
Agora vou e divirto-me, mas não sou livre, o meu coração não o permite.
Se vou sozinha, fico com saudades doidas do marido e do filho. Se vou com o marido penso sempre no filhote e preocupa-me que algo aconteça na minha ausência, se eles vão os dois comigo penso, nisto e naquilo e quando voltar faço assim e assado.
Além disso, quando eles vão, principalmente o filhote, a viagem passa a ser feita um pouco em função dos seus horários e daquilo que ele pode fazer.
Fica impensavel assistir a determinados espectáculos , ir a determinados restaurantes, vida nocturna nem pensar...etc...etc
Á uns tempos atrás, dois amigos dos meus tempo de viajante livre falaram comigo sobre a possibilidade de ir passar 2 ou 3 meses a NewYork.
A partida será na próxima Primavera, e a ideia seria alugar lá casa durante esse tempo e até arranjar um possível emprego para subsidiar a viagem...fiquei tão entusiasmada, era mesmo aquilo que eu gostaria de fazer ...mas não dá...não dá.
Com o trabalho até conseguia resolver a questão, agora com o meu filho é que não consigo. Sei que ele ficava muito bem com o pai e os avós, que seria tão bem tratado ou melhor ainda do que é comigo...afinal existem tantas crianças que estão afastados dos pais que trabalham no estrangeiro e nada de mal acontece por isso.
O problema sou eu. O meu coração não me permite ir. A 1ª semana, a 2ª talvez fosse muito divertido mas e depois? A minha saudade de mãe, a necessidade de sentir o meu filho, o seu cheirinho, de ficar a olhar para ele enquanto dorme. E se ele adoecer? E se ele se magoar na escola? E se ele sofrer com a minha ausência?
Como ia eu suportar ficar sem o meu “meia-leca”? Como é possível que 20 kg de gente possam fazer tanto “estrago” no meu coração?
Como posso eu ser livre se tenho um coração cativo? Estou cativa por amor...é um sentimento tão grande tão inexplicável que se torna assustador pela sua grandiosidade.
Por esse amor troco a minha liberdade, por um sorriso...um simples sorriso...estou cativa dele.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

A boa incompetência...

Se existe coisa que me tira do sério são coisas inacabadas, melhor dizendo, ainda me tira mais do sério as pessoas que deixam as coisas inacabadas.
Eu tenho por regra acabar aquilo que começo.
Às vezes a meio surge aquela vontade de pôr de lado porque já não apetece fazer, ou porque é mais difícil do que inicialmente pensamos, ou porque não conseguimos de todo.
Eu não me deixo vencer por tais contratempos.
Se não me apetece, paciência Carlota, mas agora acabas aquilo que começaste.
Se é mais difícil, vou com mais calma, com mais atenção e com mais esforço, mas chego lá.
Se não consigo, procuro ajuda e informação para poder concluir a tarefa.
Depois quando a tarefa fica concluída fica aquela sensação de dever cumprido.
Detesto a sensação de incompetência e de desleixo.
Já algumas vezes tive muitas dificuldades em terminar algo que me propus fazer, mas acabo e para mim é encarado como um desafio.
Já me meti em situações que coloquei-me literalmente à prova e obriguei-me a dar o melhor de mim...foi uma obra complicada, mas o resultado final foi muito bom e os elogios souberam tão bem. A melhor recompensa foi acharem que como fiz tão bem essa tarefa passaria a ser minha. Foi muito bom porque gostei daquilo que fiz e ainda tive o meu ordenado aumentado agradavelmente de mais um belos Eurinhos.
Da mesma forma fico orgulhosa de mim quando preciso de fazer algum arranjo em casa e sozinha consigo, como por exemplo, mudar a fita estragada e esgaçada de um estore.
E foi aqui nesta história da fita do estore que alguém consegui-o tirar-me do sério...mas do mal o menos :)
A fita do estore tinha que ser mudada e o meu “querido” marido decidiu realizar a tarefa.
Ainda estou para entender como ele fez...mas conseguiu danificar a roldana do estore para além de ter colocado a fita ao contrario...ou seja quando queria descer o estore a fita estava toda enrolada no local onde deveria começar a enrolar, se é que me faço entender.
Sim eu sei que não nascemos ensinados, mas ele deixou o trabalho a meio quando viu a merda que fez e disse:
- Depois segunda- feira eu digo ao Sr. Armando para passar por cá.
E foi sentar-se no sofá a ver uma revista, como se não fosse nada com ele.
Eu fiquei a remoer naquilo, irritada que nem vos conto.
No domingo de manhã acordei cedo e enquanto todos dormiam lá fui eu ver se conseguia arranjar aquilo. Consegui arranjar a roldana e consegui colocar a fita. Para tal tive que ver como estava colocado noutra janela...nesta brincadeira ainda estive quase hora e meia, mas acabei o trabalho.
O meu “queridissimo” marido acordou e fiz questão de dizer-lhe:
- O estore está arranjado e o que ias pagar ao Sr. Armando dás-me a mim que vi uns sapatos que gostei e vou comprar.
Olhou para mim com ar de riso... e eu continuei.
- Olha que este trabalho ficou caro, além de ter colocado a fita que até era simples, ainda tive que resolver o asneiredo todo que fizeste...quaisquer 100 Euros ( o preço dos sapatos) pagam o tua incompetência e o resto do arranjo.
Ele concordou, e eu ontem fui toda satisfeitinha comprar uns sapatos que já andava a namorar à dias, pagos pela incompetência do meu marido, já cá cantam...haja incompetência ;)

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Mais Carlotices...


Não sou daquelas pessoas que acham importante o casamento, muito pelo contrário.
Existem muitos casais que se juntam sem ter casado e vivem muito bem.
No entanto existe uma coisa que gosto muito, noivas, ou melhor dizendo vestidos de noiva.
Não me perguntem porque, nem eu sei bem, mas que gosto, gosto!
Quanto era menina morava mesmo em frente a uma igreja e adorava ver as noivas. Depois mudamos e fiquei a viver ao lado de um notário e mais uma vez existiam noivas, e agora vivo em frente a um jardim onde as noivas vão tirar fotos...mais uma vez noivas.
Adoro ver o vestido, o penteado, o bouquet, os sapatos...etc...etc
Fico maravilhada quando vejo uma noiva que está dentro dos padrões daquilo que eu considero uma linda noiva.
Vocês nem imaginam a quantidade de vestidos que experimentei antes de casar e até já tinha a ideia daquilo que queria, mas diverti-me a experimentar diferentes estilos...foi uma doideira.
Isto pode parecer maluquice mas à dias atrás estava um pouquinho deprimida e pensei cá para mim que podia ir experimentar uns vestidinhos de noiva...pela minha idade dizia que era 2ª casamento...não fui, mas ficou a ideia e sei que mais cedo ou mais tarde vou fazer isso...também posso sempre casar outra vez...é uma ideia...Carlotices...




quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Como podem?

Numa conversa onde falavam sobre alguém oiço isto:
- Eu vi logo que era muita felicidade e tudo a correr muito bem para ser verdade.
A conversa continuou, mas eu já pouco ou nada ouvi. Fiquei incomodada com este comentário.
Mas afinal o que se passa? Será que na vida real não existem pessoas felizes e de bem com a vida? Será que não podemos ser bem sucedidos?
Quer então dizer que se alguém mostrar que tem uma vida muito boa, devemos duvidar?
Na vida real teremos que ser infelizes? Teremos que ter problemas?
Fico preocupada, porque sei que muitas, mas mesmo muitas pessoas partilham daquele pensamento. Como se estar de bem com a vida fosse pecado, crime, sei lá.
Como se as pessoas felizes tivessem que ser obrigatoriamente mentirosas ou então escondem algum caso bicudo das suas vidas.
Eu acredito em pessoas felizes, eu acredito em casais felizes, eu acredito em histórias com finais felizes...se eu não acreditasse seria muito difícil viver.
Não sou assim tão naife e sei que a vida não é nenhum mar de rosas e por vezes somos confrontados com situações muito difíceis e complicadas, eu própria já passei maus momentos mas acredito na felicidade, acho mesmo que sou uma pessoa de bem com a vida e sempre em busca de viver o melhor possível.
Depois penso que deve ser muito triste as pessoas que pensam assim como aquela que falou aquilo, muito pequeninas, muito medíocres, e naturalmente impossibilitadas de ser felizes e isso faz-me pensar como conseguem essas pessoas aguentar a vida se desconfiam de tudo que é bom? Viver para elas deve ser difícil, as suas relações não devem ser fáceis. Como podem acontecer coisas boas nas vidas delas se não acreditam nas coisas boas. Acredito mesmo que quando algo de bom acontece para essas pessoas é logo destrocido ou inundado de desconfianças e sentimentos duvidosos do tipo, isto é bom demais para ser verdade, ou lobo vestido com pele de cordeiro, ou será que mereço isto. Parece que até tem medo de ser felizes, negam a possibilidade de o puder ser como se tal não passasse de uma utopia.
Depois estas pessoas são más companhias, porque adoram criar a duvida na vida dos outros como: Vê lá bem onde te vais meter ou depois não digas que não te avisei...
Eu não permito que ninguém meta areia no meu camiãozinho ou que cubra o meu sol de nuvens negras.
Prefiro que me chamem tonta e ingénua, não me importo, afinal sei que a minha vida é muito melhor que a dessas pessoas e sei que o meu riso e a minha boa disposição é a minha melhor arma contra tanto pessimismo e o que me possibilita viver com esperança no amanhã.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Putos famintos

E quando de repente, assim sem mais nem menos, nos entram 4 adolescentes pela casa doidinhos de fomeca, o que fazemos?
Eu fui á minha despensa e ao frigorífico, e resolvi o problema dos “piquenos” em alguns minutos.
Aqui está o que eu fiz com isto:

Cozi em água e sal 3 pacotes de tortellini de fiambre do Lidl (era os que tinha em casa)
Num pirex coloquei os tortellini depois de cozidos e escorridos e deitei por cima metade de um frasco de refogado de tomate com alho.
Depois numa tigela misturei um pacote de bechamel de 500ml e um pacote de natas para culinária de 200ml e temperei com pó de alho (uma colherzinha de café ) e queijo parmesão ralado (1 colher de sopa bem cheia).
Deitei este preparado por cima dos tortellini e cobri com mozarella ralado, oregãos e levei ao forno a gratinar.
Depois foi ver os “piquenos” fazer desaparecer o tortelini em poucos minutos.
As fotos tirei posteriormente, hoje.Voltei a fazer a mesma receita para a conseguir provar e olhem que não é nada mau.